(Roberto Sampaio)

Fomo num forró dos arretado, Alaor, João, o mano Bedurê, Piê e eu

Lá pro lado de Pompeia, num forró que parecia mais a tal da Torre de Babel

Era um ambiente diferente, onde a gente, de repente, farreava de montão

Onde só se via o povo ligadinho no baião

No coco, ah, no xote, ah, no frevo, no xaxado, no maxixe. Vige mãe, que animação!

Todo mundo só naquela de seguir a pulsação do sanfoneiro, o tal

Que fez o som que faz a paz universal

Tinha palestino com judia, tinha grego com troiano, vietcong com francês

E brasiliense com goiano, carioca com paulista, americana com chinês

Era um ambiente diferente, onde a gente se elevava numa leve curtição

Onde se falava tudo na linguagem do baião

Do coco, ah, do xote, ah, do frevo, do xaxado, do maxixe. Vige mãe, como isso é bom,

Suando ao som

Do coco, ah, do xote, ah, do frevo, do xaxado, do maxixe

Vige mãe, como isso é bom

Todo mundo só naquele de bailar ao solfejar do sanfoneiro, o tal

Que é decidido fã da paz universal

Tinha alemão com cearense, canadense e angolano, mulata com português

Tinha italiano e amazonense, pernambucana com russo, baiana com japonês

Era um ambiente diferente, de um calor efervescente, de um carinho sem igual

Reunindo toda gente num alegre ritual

De luzes, ah, de vida, ah, de frevo, de xaxado, de maxixe. Vige mãe, mas que legal

O ritual

De luzes, ah, de vida, ah, de frevo, de xaxado, de maxixe

Vige mãe, mas que legal

Todo mundo só naquela de cantar e de ouvir o sanfoneiro, aquele tal

Que é poliglota e fala em nota musical

Fomo num forró dos arretado, Alaor, João, o mano Bedurê, Piê e eu

Lá pro lado de Pompeia, num forró que parecia mais a tal da Torre de Babel.