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Biografia

Nasci numa família que cultivava, em seu dia a dia, uma bela trilha sonora. 

Canções, basicamente, mas regadas aqui e ali por peças eruditas principalmente de Chopin - compositor que meu pai gostava muito de ouvir. 

Muitas das melhores memórias que tenho da infância envolvem música, e me remetem sempre a situações em que ela me arrebatava e despertava as mais vivas sensações.     

Nas canções, lembro-me bem, atentava sobretudo para o que as letras revelavam, para as histórias que traziam e que, em meio às melodias, às harmonias, às dinâmicas e suas variadas intensidades, me levavam a descobrir não só a arte, mas também o mundo.

E dá-lhe ouvir o melhor do melhor da canção brasileira, coisas que na vitrola de minha casa estavam sempre tocando: Dorival Caymmi, João Gilberto, Tom Jobim, Noel Rosa, Luiz Gonzaga e, num momento seguinte, toda uma plêiade de artistas e grupos então emergentes, como Chico Buarque, Edu Lobo, Sidney Miller, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Mutantes, Jorge Ben (depois Benjor), Roberto Carlos e uma infinidade de outros.

Mais tarde, mal completada a adolescência, comecei a achar que poderia me arriscar a compor canções, a contar por minhas próprias palavras algumas histórias que me parecessem boas o bastante para tanto. 

Foi então que passei a colocar letras em melodias que alguns amigos músicos me passavam em fitas cassete, e a estabelecer assim minhas primeiras parcerias.

Imaginava a música sempre como uma ambientação, uma atmosfera dentro da qual eu haveria de encaixar as palavras, as crônicas e as histórias certas, que então haveriam de coincidir de alguma forma com aquela espécie sugerida de universo e de clima, com aquelas pequenas fórmulas rítmicas, harmônicas e melódicas de tensões e distensões. 

Passado mais um tempo, comecei a arranhar um violão e a elaborar eu mesmo canções completas, dando conta de fazer sozinho melodias e letras. 

Passei a entender a nova prática como um meio de expressão dos mais vitais para mim, algo que me possibilitava falar de tudo e exteriorizar impressões ligadas tanto ao que via acontecer no entorno como em meu mundo interno.

Adorei.

Não parei mais de compor, ainda que o tempo todo tenha feito isto de modo assistemático e sem maiores pretensões profissionais, movido apenas por necessidade vital e prazer.

E vim assim, devagar e de modo artesanal, compondo desde a juventude até hoje, tempo em que, ao inventariar o realizado, me dei conta de que contava já com um grande acervo de canções prontas para mandar ao estúdio e a seguir jogar na rede, a quem se dispusesse a ouvi-las.

De agora em diante, portanto, organizadas em grupos e segundo o que me parecer mais adequado, é o que passo a fazer: me valer desta página para enfim deixá-las voar

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